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Em primeiro lugar gostaria de expressar o nosso agradecimento ao presidente da Academia Brasil-Europa pelo convite que nos fêz pessoalmente para que participássemos neste evento. Também quero agradecer à presidente do projeto CDG pelo convite. Meu agradecimento especial é dirigido também à cidade de Gramado que aqui nos recebe, assim como a todos os visitantes da Alemanha. Eu saúdo os meus colegas de mesa.

Também eu. como o orador que me antecedeu, quero ser breve nas minhas palavras. Apenas desejo dar expressão à minha convicção de que a música é, de fato, uma linguagem universal. A música aproxima povos, raças e culturas. A música move a todos, havendo em nós algo profundo que se movimenta quando ouvimos música.

Gostaria de salientar três dimensões deste aspecto da música como linguagem universal.

Em primeiro lugar: a música como expressão espiritual. Lutero, o nosso reformador, era um criador musical. Ela deixou à posteridade hinos que se difundiram por todo o mundo e que são cantados pelo nosso povo até hoje, e não só pelos luteranos. Os pais e as mães da Igreja, assim como muitos compositores nos deixaram obras grandiosas, que nos emocionam e enriquecem. Como linguagem espiritual, a música desperta em nós fé, esperança e nos dá alento. Por essas razões, a Escola Superior de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil inclui a música no seu currículo.

Em segundo lugar: a música como meio terapêutico. Nós, em São Leopoldo, temos a honra e a satisfação de termos o primeiro curso reconhecido de Terapia pela Música do Sul do Brasil, ou seja, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. No próximo ano, queremos dar início a um novo curso, para que os impulsos sejam desenvolvidos no sentido de contribuir para que a música cumpra com a sua tarefa terapêutica.

Por último, desejo salientar o significado da música sob o aspecto cultural. Os nossos primeiros imigrantes - católicos ou luteranos - trouxeram a música consigo e fundaram logo após a sua chegada associações de canto e de dança, algumas das quais até hoje existem. Assim, puderam viver parte de sua identidade neste país.

É importante que a música seja cultivada e estudada com relação a estas e a outras dimensões, a fim de que povos, raças e igrejas sejam levados a uma maior aproximação. Neste sentido, em nome da Escola Superior de Teologia, transmito a este congresso, que hoje se inicia e que tem ainda à frente um longo caminho por outras regiões do Brasil, as minhas melhores saudações.

(súmula do discurso proferido)

De: A.A.Bispo [Ed.] [Música, Projetos e Perspectivas: Pós-Colonialismo/Identidade Cultural/Imigração; Interações Rural/Tribal; Memória e Futura. Do Congresso Internacional de Estudos Euro-Brasileiros 2002 pelo encerramento dos eventos interdisciplinares do triênio comemorativo dos 500 anos do Brasil]. Musik, Projekte und Perspektiven: Postkolonialismus/Kulturidentät/Immigration; Rural/Tribal; Memoria/Zukuft. Aus dem Internationalen Kongreß Euro-Brasilianischer Studien 2002 zum Abschluß des Trienniums interdisziplinärer Tagungen. Colonia: I.S.M.P.S., 2003.